Esse texto foi lido para a English Society na Universidade Oxford e mostra um “programa de estudos” para os estudantes ingressantes na universidade de um forma diferente, pois nesse caso não é mostrado uma tabela com as matérias que constituem o curso mas sim uma discussão interessante do que é educação e aprendizado, o que o aluno deve se perguntar nesse momento e quais as atitudes que ele deve tomar, além do porquê das matérias da graduação estarem organizadas da forma que estão.
O autor incia o texto explicando a essência de educação e a do aprendizado profissional. Ele diz que enquanto as escolas lutam a favor da educação e contra o aprendizado profissional, as universidades lutam contra a educação em nome do aprendizado. A educação no sentido em que o autor usa durante o texto é o processo de tornar os alunos homens(bons cidadãos). Isso deve ser feito nas escolas, é lá que o aluno aprenderá a ter disciplina, terá parte de sua capacidade lógica incentivada a se desenvolver, aprenderá a ter pensamentos certos, aprenderá a se comportar na civilização. Já o aprendizado profissional ensina a pessoa a ser um banqueiro, um eletricista, etc. Ambos são necessários na sociedade pois ao mesmo tempo que precisamos de pessoas bem educadas também precisamos de profissionais qualificados. Dessa forma é necessário encontrar um equilíbrio entre os dois de modo que o aprendizado profissional não esmague a educação, pois assim a sociedade tenderia ao fracasso sem pessoas educadas, e também a educação não seja a única pois assim não teríamos profissionais que resolveriam problemas do dia a dia.
Para atender essas necessidades temos a escola e as instituições de aprendizado. Quando essas instituições recebem um aluno, elas pressupõem que este já é um ser civilizado e por isso o papel dela não é educar mas sim ser um espaço de busca ao conhecimento. O autor também diz que na opinião dele a educação não tem nada relacionado com o aprendizado, no momento em que o aluno deixa a escola (já educado), ele pode querer aprender mais sobre coisas diferentes como a estrutura da terra, o funcionamento do mundo microscópico, a natureza, geração e transporte de energia, entre outras coisas. É aí que entra o processo de aprendizado que serve para ensinar essas pessoas sobre tais assuntos, não porque estes assuntos são de certa forma necessários na sociedade humana, mas porque a busca de conhecimento é satisfatória e interessante por si mesma. Isso não significa que a busca pelo conhecimento não tenha um papel educativo. Muitas coisas são criadas por um propósito específico, atendem esse propósito e ainda têm influência em partes fora do objetivo inicial. Um exemplo seria o videogame que foi criado para diversão, mas sabemos que também pode trazer saúde para as pessoas que o jogam (de forma controlada), porque ele relaxa e tira de suas mentes as preocupações cotidianas. De forma análoga, podemos dizer que a universidade foi criada com objetivo de possibilitar a busca pelo conhecimento, mas ela também pode ter o seu papel na educação daqueles que nela entram, pois pode ser que o que faz um homem, além da parte já citada, é também essa busca pelo conhecimento. Porém o aluno não deve se enganar esperando completar a sua educação na instituição de ensino, assim ele sentirá falta de algo, ele deve esperar a possibilidade de se aprender algo e talvez isso tenha um reflexo considerável em sua educação. Com isso, pode-se dizer que a pergunta que o aluno deveria se fazer quando estiver entrando em uma instituição é “O que eu mais quero aprender?” e não “Qual instituição/Qual graduação me fornecerá melhor educação?”.
Nas escolas os alunos são passivos, chegam lá para serem moldados e saírem civilizados. Os mestres/professores são os ativos que têm como objetivo, em cada fala, abrir a mente do aluno, mostrar o que é certo e errado, ensinar disciplina, etc. Na universidade o aluno é o ativo, ele que precisa buscar aquilo que quer conhecer.
Um dos pontos também retratado pelo autor é que um estudo perfeito de qualquer coisa iria requerer um conhecimento de tudo, mas devido ao pouco tempo que se passa nas universidades, uma limitação é necessária. Como um homem não tem tempo suficiente para aprender a geografia do mundo todo, as universidades podem ensinar a geografia de um país por um exemplo, ou então poderiam ensinar uma geografia geral de pontos seletos do planeta. O exemplo também se vale para o curso de engenharia elétrica, não é possível que um aluno aprenda tudo sobre a eletricidade, mas a universidade fornece meios que ele seja capaz de posteriormente buscar autonomamente esse conhecimento.
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